quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Política Internacional (continuação 7)

Colegas 

Como meu intuito é prestar uma ajuda efetiva àqueles que estão estudando para ingressar na carreira diplomática, decidi postar meus resumos, ou antes, minhas anotações de aula. Tive como professor um diplomata, ele é primeiro secretário e ministrava aulas FAN-TÁS-TI-CAS!!!  Mas, não se animem em excesso, são apenas anotações. Há lacunas e frases soltas, porém mesmo assim resolvi tornar público porque é um norte. Muitos termos, tratados, protocolos, siglas eu sequer sabia que existiam, mas agora que sei, pesquiso sobre eles. Aliás, a internet é chave nesse ponto. Visitar o sítio do Itamaraty e acompanhar a agenda internacional brasileira é fulcral. Outros sítios importantes são o do Mercosul, o da Funag, no qual se encontra diversos livros sobre a relações internacionais brasileiras com 'download' gratuito. O sítio da ONU e da OMC também são interessantes.


Tive a oportunidade de comparecer a quase quarenta aulas. Vou postá-las de dez em dez. Minhas anotações não são um modelo de perfeição, mas espero poder orientá-los de alguma maneira. Sem contar que estou à disposição para sanar eventuais dúvidas, se estiver ao meu alcance.

À luta, companheiros, com os olhos fitos na vitória.

 

ANOTAÇÕES: 




17) Ordem Financeira Internacional
Feudalismo: regime de auto-subisistência sem presença de moeda, perdurou do século V ao XV na Europa. Mas, burgueses e rei eliminam os feudos. E este passa a intervir na economia para favorecer os burgueses (mercantilismo). Havia proteção dos mercados. No Estado moderno há um soberano, as fronteiras estão delimitadas e há uma política protecionista, esta controla o que entra e o que sai.
- Liberalismo (sobre isso : “A riqueza das nações” de Adam Smith) – liberdade para o indivíduo frente ao Estado opressor. A Revolução Industrial leva a essas ideias. Mas – problema na Rev. Ind. - superprodução, queda no lucro, logo, necessidade de expandir mercado.
- Cunhar moeda – para promover maior circulação de riqueza. Com a moeda forte, pode-se manter exército e defender melhor o páis. Com proteção (exército) + alimentação = população feliz e governo forte. O pressuposto é o Estado intervindo na economia.
- Brail na década de 80 – muito fehcado, convivia com inflação, monopólios e privilégios. Proteção ao mercado doméstico.
- Smith – a chave da riqueza é a especialização, não tentar fazer tudo sozinho – divisão internacional do trabalho, cada um faz algo e compra o restante. Para tanto, os países devem abandonar o protecionismo. A mão invisível do mercado (lei de oferta e procura) deve comandar a economia, ou seja, Estado mínimo. Este deveria ocupar-se apenas de 4 coisas: menor burocracia, justiça, segurança (exército) e obras públicas caras que a iniciativa privada não possa fazer por si.
- Smith tolerava impostos de importação e adoção de práticas protecionistas.
- Chile exporta cobre e compra o resto de que precisa. Política de livre comércio, com a exceção de que é o Estado que faz isso.
- Liberalismo clássico – comércio internacional, segundo Smith – deve haver padrão. Para este pensador, o que determina a produtividade é o trabalho humano. Ele não considerava outros fatores como solo, riquezas, etc. Com a especialização da produção a riqueza distribuir-se-ia entre as nações.
- Prebish não concorda com Smith.
- Davi Ricardo – teoria das vantagens comparativas – abrir mercado.

18) Liberalismo Econômico Comercial: Ordem liberal clássica (1914-1929)

- O livre comércio foca o consumidor: comprar conforme seus interesses.
- O Estado se afasta das atividades econômicas.
- Houve uma mudança no sistema capitalista do XIX para o XX:
- 1750-1840: houve uma evolução na indústria textil especialmente na Inglaterra e na França. As finanças de divorciaram do produtor, surgiram pequenas unidades fabris.
- Outra fase foi o capitalismo de monopólio: mudanças nas formas de energia. Em 1840 começaram a explorar petróleo e fontes de carvão, a indústria passou a situar-se em grandes conglomerados.
- Passa-se então à especialização: aumenta-se a produtividade, os preços baixam, vende-se mais, obtêm-se mais lucro, este é reinvestido. A chave do processo eé o consumidor e a chave do sistema é a conquista de novos mercados. Aqui entra o papel da expansão colonial, mercados cativos, como por exemplo África.
- A corrida colonial tem início a partir de 1850
- Congresso de Berlim: promovido para organizar os mercados.
- Início do século XX: mundo loteado, pois havia problemas para colocar produtos no mercado. Isso leva à primeira Guerra Mundial. O livre comércio era praticado com colônias que eram fechadas ao consumo de um só país.
- Em 1870: convergência (padrão-ouro). Depois, evolução para papel-moeda. Banco – ouro – recibo - “pague-se ao portador xx,xx moedas de ouro”. Há uma padronização das barras de ouro. Depois o recibo evolui para moeda (nota).
- A adoção do padrão-ouro pelo Brasil é esporádica, pois, cafeicultores pediam a desvalorização da moeda.
- Padrão de Estabilidade (Cambial)
- 1947-1971: cenário mundial – estabilidade cambial, foi uma época dourada para a economia mundial. Do ponto de vista cultural foi a belle epoque. [De 1870-1914 também].
- Em 1889 os paulistas deram um golpe: a república. Em virtude da baixa do preço do café, desvalorizava-se a moeda para obter lucro.
- 1914 – rompe-se com o padrão-ouro (havia instabilidade cambial, política, econômica e social).
- Recomendação de leitura: “Vinte anos de crise (1919-1939)” de Carr.
- Inglaterra, França e EUA – conseguem se manter no padrão-ouro.
- Em 1916 os EUA são um país endividado. À medida que a Guerra avança fornecem aço e produtos agrícolas, queriam receber somente em ouro. E, assim, conseguem manter o padrão-ouro durante a Primeira Guerra. A bolsa de NY passa a ser o principal eixo financeiro, passam de país devedor para credor. Houve um aumento do interesse da classe média em investir em ações a partir de 1920. Aparece, com isso, a primeira praga do comércio, o derivativo (compra-se a ação e paga-se 10% e os 90% paga-se depois). Muitos começam a comprar, o valor das ações sobe e as pessoas compram mais. Vendiam-se casas e carros para comprar ações, os preços destas sobem até 1929. A Europa começa a se recuperar da guerra. Param de importar alimentos dos EUA. Assim, os lucros e dividendos começam a cair. Os ricos se retiram do mercado (vendem suas ações) e a bolsa quebra, abre em outubro e não tem compradores. Os bancos executam as hipotecas, mas não há dinheiro para pagar. Os EUA quebram! Nove mil bancos quebram, 17 mil fábricas tinham dinheiro no banco para pagarem empregados, mas não havia mais dinheiro.
- O presidente Herbert Hoover (liberal) teve uma má ideia: o Estado não deve se meter na economia, deve manter aberto o livre comércio, Washington Luís no Brasil partilhava com ele a mesma idéia.
- O Brasil em 1929 exportava café para os EUA (principal comprador). Brasil havia pegado dinheiro emprestado tanto com EUA quanto com UK. Brasil devolve o ouro que havia pegado emprestado, fica sem ouro, mas não recolhe as notas para não voltar ao escambo. Começa o processo de substituição de importação. Era Vargas: 8 a 9 produtos para exportar, começa-se a fomentar a indústria nacional. Havia pouco ouro (divisas) para comprar máquinas para fomentar a indústria.
- O comércio exterior entra em colapso.

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